sexta-feira, 1 de março de 2013

CASOS DE DENGUE CRESCEM 190% NO BRASIL

Casos de dengue crescem 190% no Brasil em um ano



Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em 983 cidades identifica crescimento dos criadouros dos mosquitos da dengue no ano de 2013. O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mostra que até dia 16 de fevereiro foram registrados 204.650 casos da doença, contra 70.489 no mesmo período de 2012. Apesar da maior incidência, houve redução de 20% na quantidade de óbitos e de 44% nos casos graves.

O levantamento deve servir para alertar os estados e os municípios. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que atualmente "nós temos, sim, uma epidemia em alguns estados no país". Oito deles concentram 84% dos casos: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Espírito Santo.

O boletim constatou que o DENV-4, um dos quatro sorotipos do mosquito no Brasil, corresponde a 52,6% dos casos. Por se tratar de um tipo novo da doença - chegou ao país no final de 2010 -, encontra maior vulnerabilidade entre a população, o que pode explicar o índice maior de ocorrências. A dengue DENV-4 apresenta os mesmos sintomas, profilaxia e tratamento da dengue já conhecida. O secretário de vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirma que o DENV-4 chegou a praticamente todos os estados e que a tendência é que a disseminação seja mantida.

"Apesar de o número de mortes ter diminuído, não podemos relaxar", afirma Alexandre Padilha. "Estamos apenas no início do enfrentamento da dengue, que se estenderá até maio, e devemos continuar agindo para evitar mais casos." O ministro explicou ainda o perfil dos casos de óbito. Normalmente, são pessoas idosas e já com debilidades decorrentes de outras doenças, como hipertensão e diabetes.

Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a dengue tem como principais manifestações febre com duração de até sete dias acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas articulações, cansaço e vermelhidão no corpo. "Embora pareça pouco agressiva, a dengue pode evoluir para o tipo hemorrágico, caracterizado por sangramento interno e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte", aponta o infectologista Ralcyon Teixeira do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A melhor maneira de combater esse mal é impedindo a reprodução do mosquito. 

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